sexta-feira, 25 de outubro de 2013

(Des)aprendi

De um tudo acontece nessa vida
E pra que serve esse tudo, senão para (des)aprender?
(Des)aprendi a ser eu
Em nome do quê? Nem imagino.
Imposições alheias a mim,
ironia, mostraram exatamente o que tenho por dentro.
(Des)aprendi o que é mentir 
e senti na pele as consequências disso.
(Des)aprendi o que são amigos,
e como eles se fazem,
e porque se mantêm
e pra que servem os seus abraços.
(Des)aprendi, também, que quase tudo o que só parece, na realidade, não é
– e nem nunca foi.
(Des)aprendi o que é real.
E o que não é.
(Des)aprendi e só.
E tirei lição nenhuma disso, a não ser as que devo esquecer.
(Des)aprendi o que um dia fui.
Mas voltei ao que sempre serei.

domingo, 20 de outubro de 2013

A verdade

A verdade é que estou machucada, com a ferida aberta. Sou um cachorro encolhido embaixo do armário, eu desconfio de tudo, de todos. Sozinha, não quero sua compreensão, seu carinho, seu cuidado. Quero só ficar imóvel, quietinha, sem explicações. E por quê? Porque sou a única responsável pelo que me dói. Porque me deixei lançar ao nada. Literalmente. Me forcei a ser livre sendo esse nada também. E aí tô aqui, não tenho casca, tenho carne exposta e ardendo sob a sombra fria da mobília. Não se sinta culpado, aqui você não importa, aqui você é só um ninguém. Você não pode curar o que não fez, não seja pretensioso. Seja apenas o nada que sempre fez questão de ser, desocupa o que nunca foi seu e devolve o que me roubou.