Eu não sei começar a escrever o que vou dizer aqui. Já chorei. Não durmo. Como pouco. A cabeça dói. Os olhos estão turvos. Gostaria de ser forte. Queria ter um único desejo realizado por seja lá quem tenha poderes pra isso: que nada tivesse acontecido. Nada. Nunca. Meu desejo sempre foi o de te ver feliz. Desde que eu tinha, sei lá, 4 anos e te vi fazendo sacrifícios por nós. Desde que você se anulou em nome do nosso bem. Desde que você fez as suas escolhas com o único intuito de não nos deixar faltar. E você não nos deixou faltar. Você tirou de você por nós. Você sempre foi Mãe, no exato sentido do termo. Tenho esse mesmo desprendimento. Não sei se herdei, não sei se aprendi. Te quero bem e feliz como uma mãe quer ao seu filho, como você quer a nós. Trocamos os papéis. Faz tempo isso. Faz muito tempo. Me coloquei entre você e seu algoz uma vez. Dei eu o basta que você precisava. Não me arrependo de assumir um lado. O lado certo. O lado de quem protege o que importa. De quem tira de si pro bem do outro (porque é até o seu próprio bem). Te amo além das palavras. Te amo além do que o amor pode dizer. Queria poder me colocar entre você e o algoz de agora. Esse que se acha mais ardiloso, muito esperto. Não será. A vencedora nessa história de novo (e sempre) vai ser você. E eu serei seu escudo. Quantas e tantas vezes que se fizer necessário.
Te amo.
Sua Renatinha