terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dança

Ele não sabe dançar
Mas não imagina que dita a trilha sonora dos meus dias
às vezes tão pulsante e vigorosa que me faz perder o ar, ávido
noutras, calma e vagarosa, daquela que embala o melhor dos sonos,
os reconfortantes, cabeça no peito, aconchego, proteção e abraço
em muitas (na maioria, aliás), agoniante, desesperadora
quase um grito no silêncio das duas da manhã de uma noite fria de segunda.
Mas eu o ensinaria a dançar. Ele aprenderia o meu ritmo, que, em um instante, seria o nosso, único.
Nenhuma cadência rebuscada, o mais simples um dois três
nossos passos seriam tão triviais e desimportantes que se tornariam os mais lindos de toda a existência
sem qualquer motivo, entenderíamos que, assim como na dança, a beleza do que se sente está apenas no sentir, no se deixar levar
E aí nos levaríamos juntos. Eu a ele e ele a mim.

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