Há quanto tempo não sabia o que era colocar caneta em papel. Não daquelas escritas medíocres do dia a dia, aqueles rabiscos da lista de tarefas ou de compras. Caneta em papel com sentimento, com uma vontade praticamente incontrolável de se dizer mais do que disse. Contida, porém lançada às linhas a sensação de entrega plena.
Despejar tinta é coisa séria, não se faz assim mais a quem não muito mereça. Àquele que dá o nó da garganta, sim. Nunca menos que isso. Aos outros, o bom e velho e-mail, impessoal, que dispensa a ansiedade de se saber recebido. A quem se ama, os papéis amassados, a letra trocada sem querer, o rabisco desajeitado, o arremate na fila do envio, a imperfeição. Já a quem ama, o receio de se fazer entender.
Há muito tempo não escrevia uma carta. Mas resolvi escrever. E, apesar de enferrujada, busquei emprestar à folha de papel do bloco das banalidades tudo de melhor que havia em mim. Falhei porque disse menos, mas venci porque ao menos disse. E quem verdadeiramente merece um tanto de tinta azul em papel branco entende além das linhas escritas, enxerga o sentimento, enxerga vida. E, o mais importante, retribui do jeito mais inesperado e bonito que possa haver.
Prefiro sempre: caneta em papel.
Amei! Posta sempre, viu?
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