quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Carta


E aí chega uma hora que você aprende que se entregar e ser inteira é melhor. Ainda que possa doer um dia, ainda que você sofra, ainda que tudo pareça errado. Essa hora chega junto com a maturidade de se conhecer e entender (ou tentar) seus sentimentos. 

Há cerca de 4 anos eu tinha 25. Hoje nem sei mais. O tempo passou bem mais rápido que aquelas horas que só tiquetaqueiam no relógio. Tão rápido que as lágrimas atiradas pelo que aconteceu secaram no vento forte e hoje são só um sal adocicado, leve, grudado no rosto e uma breve vermelhidão do branco dos olhos. Passou, mas nem tanto. Ainda assim, passou. 

Quem um dia importou tanto, hoje nem mais falta faz. E, ironia dessa vida, exatamente no momento em que alguém se dá conta disso, o tal do arrependimento sincero (?) se faz presente. Justo naquele segundo, daquele minuto, daquela hora corrida já não mais tão depressa, no qual você percebeu que aquilo não significa mais. Não significa, não importa, não nada. 

Você só quer a sua paz. Eu só quero a minha. Assim, cada um na sua, sem se obrigar a nada mais, mesmo porque quem exigiu e forçou isso foi você, entenda. E eu compreendi, calei, fugi. Foi difícil, mas eu sobrevivi. Mas, não, e. Foi difícil E eu sobrevivi. Sem ajuda, sem você. Sem nós mais. Sem nada a atar ou desatar. Aceite.

Eu aceitei. E, como disse lá em cima, cresci, mudei, aprendi. Sou outra. Sou outras. E luto brava e diariamente pra continuar quem sou. Difícil manter a crença nas pessoas depois de tudo e todos. Quem nunca sofreu pelo incondicional amor inexistente nem imagina o que é isso. Nem sonha com a sensação de desconfiar até da sombra, e, apesar disso (ou talvez por isso), conseguir se reerguer e recuperar a fé. Nas pessoas e em si próprio. Essa última muito mais complicada e condição pra se ter a primeira. Eu recobrei a minha. Nos dois casos. E continuo aí, pra quebrar a cara de novo e de novo. Mas nunca mais sem ser inteira. 

Ainda que eu seja a única nessa condição.

Um abraço.


4 comentários:

  1. Amei Rê, amei <3
    Continue escrevendo, mais e mais!
    Te adoro :*

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  2. Que lindo!!! Parabéns,nova blogueira <33333

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  3. cada letra, cada linha e cada palavra é como se fosse "cantada" pela sua vozinha doce. texto regado de Renata. <3
    adorei!
    beijos

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  4. Sua linda!! Parabéns pelos textos <33333

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